#MulheresdeCoragem – a história de Mãe Menininha

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Maria Escolástica da Conceição Nazaré, mais conhecida como Mãe Menininha, consagrou-se como uma das sacerdotisas mais importantes da Bahia, e foi peça fundamental na luta contra a discriminação e intolerância religiosa.

Soteropolitana, nasceu no dia 10 de fevereiro de 1894. Aos 8 anos foi iniciada no candomblé e aos 28 anos tornou-se a quarta Ialorixá (mãe de santo) de uma das casas religiosas mais antiga e famosa do Brasil, o Ilê Iyá Omin Axé Iyamassê, antigo Terreiro Gantois, localizado no bairro da Federação. Liderou a casa por mais de 60 anos. O terreiro, fundada por sua bisavó Maria Júlia da Conceição Nazaré, em 1849, representa a nação Ketu, a mais popular da religião de matriz africana.

Como mulher sábia, da resistência e filha de Oxum, Mãe Menininha combateu a intolerância religiosa e conseguiu popularizar e expandir o Candomblé. Foi também responsável por abrir os portões do terreiro para que os não adeptos da religião tivessem a oportunidade de conhecer de perto os ensinamentos e a casa. Tais ações permitiram a aceitação do candomblé na sociedade baiana, nacional e internacional.

Dentre as muitas homenagens recebidas, Mãe Menininha transformou-se em inspiração para Dorival Caymmi em 1972, quando este compôs a música “Oração a Mãe Menininha”. Ela também foi madrinha do famoso Afoxé Filhos de Gandhy e tema da Escola de Samba Vai-Vai no carnaval de São Paulo em 2017.

A sacerdotisa faleceu aos 92 anos na cidade de Salvador.