#MulheresdeCoragem: Dilma Rousseff, primeira mulher presidente do Brasil

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Hoje, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a Bancada do Partido dos Trabalhadores parabeniza todas as mulheres pelo seu dia comemorativo. Sabemos que a data representa a luta das mulheres por mais espaço, respeito e igualdade de direitos e que todos os dias essa batalha precisa permanecer na nossa pauta social.

Ao mesmo tempo, homenageamos na série #MulheresdeCoragem aquela que, dentre todos os obstáculos que ultrapassou na vida, conseguiu um feito inédito, torna-se a primeira mulher presidente da República Federativa do Brasil. Ao ocupar o mais alto cargo no país, o de Chefe de Estado, Dilma Vana Rousseff modificou a história da mulher brasileira e permitiu a ampliação dos direitos femininos no Brasil. Nascida em Belo Horizonte, no dia 14 de dezembro de 1947, Dilma Rousseff iniciou a sua trajetória na política aos 16 anos, quando atuava como militante. Presença forte nas ações contra o regime militar, integrou diversos movimentos que lutavam a favor da retomada da democracia no Brasil. Em 1970, acabou presa pelo regime militar e foi entregue à Operação Bandeirante (OBAN) e ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Ficou reclusa quase três anos. Sofreu todos os tipos de tortura, tanto física e psicológica, nos porões da Oban e do DOPS. Chegou a ser torturada por vinte e dois dias. Mas, permaneceu fiel aos seus ideais e aos companheiros, mesmo após horas no pau de arara e sessões de choque elétrico. Nunca entregou ninguém. Resistente, conseguiu sair viva da prisão. Retomou a sua vida e a sua luta a favor da democracia.

Formou-se em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e desempenhou funções na Prefeitura Municipal de Porto Alegre e no Governo do Rio Grande do Sul. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores e começou a sua trajetória ao lado do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Durante o período da campanha para Presidente da República em 2002, Dilma Rousseff foi peça fundamental na criação do Plano de Governo de Lula. Começava então uma grande amizade entre aqueles que, mais tarde, seriam classificados como o pai e a mãe do Brasil. Durante o mandato de Lula, Dilma ocupou o cargo de Ministra de Minas e Energia e o de Ministra da Casa Civil.

Em 2009, Dilma Rousseff mostrou a sua força mais uma vez e iniciou um tratamento contra um câncer de linfoma. Superada a doença, começou a escrever mais um grande capítulo da sua história, que a colocaria como uma mulher de destaque em todo o mundo. Tornou-se candidata à Presidência do Brasil e com mais de 55 milhões de votos foi eleita a primeira mulher presidente do país. Em 2013, foi eleita a 2ª mulher mais poderosa do mundo pela revista americana Forbes. Seu governo bateu recordes de aprovação. O grande feito foi repetido quatro anos depois ao ser reeleita com mais de 54 milhões de votos. Apesar de quebrar diversos estigmas e tabus na sociedade, Dilma Rousseff sofreu um golpe de estado em 2016, comandado por uma parcela da sociedade que integra grupos da direita conservadora, acompanhado do seu vice-presidente, Michel Temer. Atualmente, o presidente golpista.

Mesmo após o golpe, que tentou manchar toda a história desta mulher valente, muitos dos feitos de Dilma Rousseff durante o seu mandato são lembrados até hoje. Com destaque para ações voltadas às mulheres: autonomia econômica da mulher; inserção no mercado de trabalho; emprego com carteira assinada; lei do atendimento à violência sexual; mais mulheres matriculadas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec); Lei do Feminicídio que passou a ser tratado como um tipo de homicídio qualificado; tornou as mulheres proprietárias no Minha Casa Minha Vida; Programa Mulher Viver Sem Violência para ampliar os serviços públicos existentes voltados às mulheres em situação de violência; cirurgias reparadoras para mulheres que sofreram algum tipo de sequela causada por lesões a partir da violência doméstica; aumento no número de mulheres titulares do Programa Bolsa Família.

Mãe de Paula Rousseff Araújo e avó de Gabriel e Guilherme, hoje, a mulher de coração valente e presidente eleita integra o Conselho Consultivo da Fundação Perseu Abramo e atua de forma ativa na retomada, mais uma vez, do Estado Democrático de Direito.