Durante o período colonial, uma princesa liderava o seu exército rumo à liberdade. Entre as maiores personalidades negras do Brasil, Dandara se destacou como uma mulher a frente do seu tempo.
No século XVII, na região da Serra da Barriga, em Alagoas, o Quilombo dos Palmares era o maior símbolo de resistência à escravidão. Estima-se que cerca de 20 mil pessoas do quilombo viviam da pesca, caça e agricultura. Essa grande organização, responsável pela história e identidade do país, foi liderada por Zumbi dos Palmares e sua esposa Dandara.
No quilombo, ela liderava o núcleo feminino do exército palmarino, e ajudava na sobrevivência da comunidade. Além de plantar e caçar, ela também dominava armas e técnicas da capoeira. Sua versatilidade fez de Dandara, mesmo entre os homens, a maior guerreira do quilombo.
Pouco se sabe sobre as origens da heroína. Sua trajetória no Palmares começou muito cedo. Ela mudou para o quilombo ainda criança. Historiadores divergem se Dandara nasceu no Brasil ou no continente africano.
Guerreira valente, ela participava das estratégias de resistência do quilombo e participou de todos os ataques e defesas de Palmares. Dandara nunca aceitou a condição de escrava. Acredita-se que, quando foi presa, em 6 de fevereiro de 1694, suicidou-se para não voltar a ser escrava.
A independência de Dandara ajudou a quebrar o estereótipo da ‘’mulher frágil’’. Hoje, seu nome, que significa ‘’princesa guerreira’’, é símbolo de força feminina e empoderamento da mulher negra.