#MulheresdeCoragem – a história de Leolinda Daltro

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Uma das pioneiras do movimento sufragista no Brasil é a nossa homenageada de hoje na série #MulheresdeCoragem. Defensora da causa indígena, a baiana Leolinda Daltro foi uma das figuras de destaque na conquista do direito feminino ao voto e é responsável pelo primeiro partido político feminino.

Pouco se sabe sobre a cidade ou a data precisa do seu nascimento, apenas que nasceu na Bahia em 1859. Mãe de cinco filhos, Leolinda Daltro trabalhava como professora e viveu durante anos no Rio de Janeiro. Foi na cidade carioca onde atuou ativamente pelo direito das mulheres. Fundou três jornais e escreveu dois livros, entre eles o “Da Catequese dos índios no Brasil – Notícias e documentos para a História”. Nas comunidades indígenas atuava no processo de alfabetização laica em contraposição aos ensinamentos jesuítas da época. O que a tornou percussora no debate sobre os direitos dos índios no Brasil.

Em 1910, Leolinda Daltro fundou juntamente com a escritora Gilka Machado e outras mulhres, o primeiro partido feminino no país. O Partido Republicano Feminino (PRF) revolucionou a sociedade na época e foi responsável por organizar diversas passeatas exigindo a permissão do direito ao voto e a cidadania política feminina. Ações fundamentais que permitiram, no último dia 24 de fevereiro de 2018, celebrar 86 anos da Conquista do Voto Feminino no Brasil.

Por causa da sua luta pela cidadania política das mulheres, a participação feminina nas batalhas e lutas armadas, por estar envolta a amizades masculinas, falar de política e questionar o Catolicismo, Leolinda Daltro foi apelidada por grupos conservadores e parte da imprensa como: mulher do diabo, louca do hospício, herege e anticristo. Isso tudo era uma tentativa de ridicularizá-la perante a sociedade e desqualificar a sua luta. Mas, Leolinda Daltro preferia ser ousada, feminista, sufragista e indigenista. E foi assim que se tornou uma mulher de coragem.

Somente em 1932 o voto feminino foi assegurado no Brasil. Três anos depois dessa conquista, em 1935, Leolinda Daltro faleceu. Mas, a sua luta, perseverança, força, ideais e a busca pelo reconhecimento da mulher e dos índios na sociedade são celebrados e reverberados até hoje.