#MulheresdeCoragem – a história de Dinalva Oliveira Teixeira

850

– Vou morrer agora?
– Vai. Agora você vai ter que ir.
– Quero morrer de frente.
– Então vira pra cá.

“Quero morrer de frente.”. Esta foi a última frase dita por Dinalva Conceição Oliveira Teixeira, mais conhecida como ‘Dina’. As últimas palavras fazem parte do breve diálogo entre Dina e o seu executor, o militar de codinome ‘Ivan’, em julho de 1974. Dinalva Oliveira Teixeira foi morta a sangue frio com um tiro no peito e outro na cabeça. A execução ocorreu durante a Guerrilha do Araguaia, um dos momentos mais tensos da época da Ditadura Militar, que ocorreu entre 1967 e 1974, na região do Rio Araguaia, localizada na divisa entre os estados do Tocantins, Goiás, Pará e Maranhão.

Dinalva Oliveira Teixeira nasceu em Castro Alves, interior da Bahia, no dia 16 de maio de 1945. Formou-se em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Casou-se com o colega de turma, Antônio Carlos Monteiro Teixeira, e mudou-se para a capital do Rio de Janeiro, onde realizou trabalhos sociais em comunidades carentes.

Em 1970, Dina mudou-se com Antônio Carlos para a região do Araguaia para lutar contra o regime militar e passou a atuar como parteira e professora. Brava guerrilheira e grande atiradora, Dina atuou ao lado de 80 combatentes na defesa da democracia. Tornou vice-comandante do destacamento e a mais famosa e temida guerrilheira da região.

Com muita habilidade e sempre muito rápida, Dina sobreviveu a diversos ataques. Até o Natal de 1973, quando cinco guerrilheiros foram presos e ela conseguiu fugir pela mata e desaparecer. Em julho de 1974 foi capturada bastante debilitada. Presa, foi torturada e entregue ao seu executor. Seu corpo nunca foi encontrado. Dina tornou-se então uma das bravas mulheres de coragem que enfrentaram a repressão na luta pela democracia.