Um projeto de lei de autoria do deputado Júnior Muniz (PT) tem como objetivo instituir a campanha Adoção Tardia. A proposição, protocolada na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), visa promover ações de conscientização sobre a adoção de crianças acima de três anos de idade.
Conforme o prevê o PL, a campanha será realizada anualmente no mês de março, com finalidade de conscientizar e estimular a família, a sociedade e o Estado sobre a adoção de crianças e adolescentes que estão acima da faixa etária considerada para a adoção. Além disso, as publicidades deverão orientar os postulantes à adoção sobre as formas de prestar suporte a fim de garantir amor e acolhimento.
Segundo argumentou o parlamentar, a adoção é prática comum da vida em sociedade e, em diferentes tempos, seu significado sempre foi o da preservação do instituto familiar. Assim, por questões emocionais ou sociológicas, muitos pais entregam seus filhos a pessoas conhecidas, que possuem melhor condição financeira. Por sua vez, em outros casos, as crianças vão parar em orfanatos esperando que alguma família a escolha, contudo, o futuro desta criança que deveria ser melhor passa a ser de sofrimento, pois por causa de sua idade já avançada não consegue uma família, visto que as famílias adotantes preferem bebês por acreditarem que terão menos problemas com a criança no decorrer do tempo.
“O instituto da Adoção Tardia busca proporcionar a visão do direito atual em relação à adoção de crianças e adolescentes, que após passarem a primeira infância com sua família natural ou ficaram abandonadas, têm dificuldades de encontrarem uma nova família. Desta forma, a presente proposição busca, através de campanha em todo o Estado da Bahia, promover ações de conscientização sobre a Adoção Tardia de crianças acima de três anos de idade e de adolescentes”, explicou.
A Adoção Tardia é também conhecida ou chamada de adoção dirigida ou consensual, quando os pais naturais decidem entregar seus filhos para adoção acima de três anos de idade ou na adolescência. Vale observar que, o ato de adotar uma criança está sempre repleto de expectativas, até porque é a concretização de uma família completa, relação de carinho, ser chamada de Mãe ou de Pai, enfim, são inúmeras as expectativas envoltas ao ato de adoção.
“A campanha é absolutamente necessária para desmistificação da Adoção Tardia, vez que é um dos maiores problemas para o Estado implantar uma nova cultura da adoção no Brasil, até porque, não é um processo fácil, os pais adotivos devem ter paciência com a criança, pois essa necessita fazer o processo de apego e ligação com a mãe e o pai outra vez e se esse processo com os pais biológicos foi traumático, esta criança pode ter certa dificuldade de aceitar os novos pais”, afirmou.
Diário Oficial da Alba