Gika Lopes relata situação do semiárido em reunião conjunta das comissões na Alba

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O deputado estadual Gika Lopes participou na tarde desta segunda-feira (13), na Sala Luís Cabral da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), da Reunião Conjunta entre as comissões de Agricultura e Política Rural; Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos e de Infraestrutura com o objetivo de debater a crise hídrica na Bahia.

O parlamentar que é subcoordenador da Agricultura Familiar na Assembleia Legislativa relatou em discurso comovente a situação do território do sisal, no semiárido baiano, “eu tenho 58 anos, nasci na roça, estoquei pasto, plantei palma, convivo com seca durante todos esses anos, e até hoje não vejo solução para os problemas da seca, as pessoas estão lá (no sertão), tem o seu salário pequeno e não sabe se dão comida para seus animais ou se alimentam suas famílias, melhorou muito com os governos Dilma, Lula, mas, é importante ter mais incentivo do governo federal, estadual e municipal, para garantir assistência técnica, para incentivar a plantação das palmas, construção de aguadas e sistema de abastecimento alternativos”, frisou o deputado Gika Lopes.

A reunião contou com a presença do secretário estadual de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs), Cássio Peixoto, do secretário de Meio ambiente, Geraldo Reis, do presidente da Embasa, Rogério Cedraz, presidente da Cerb, Marcus Bulhões e da presidenta do INEMA, Márcia Teles, e representando as entediantes civis, Neidson de Quintela Batista, coordenador da Articulação do Semiárido (ASA).

De acordo com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), a Bahia vive a pior crise hídrica dos últimos 100 anos. A seca que atinge o nosso estado está reduzindo o nível dos mananciais utilizados para o abastecimento humano e consequentemente para produção, inclusive em regiões que não eram atingidas nos períodos de estiagem.

“Nós estamos aqui hoje para buscar soluções para resolver os problemas do povo do semiárido e da Bahia, o governo federal deu maquina a diversos municípios e estão muitas paradas, sucateadas, o povo pedindo uma maquina para limpar seus barreiros, suas aguadas e os municípios sem poderem dar, e o povo não quer de graça não, ainda falam em ajudar com o combustível. A gente vê muita reunião e as ações?”, questionou o parlamentar.

“O povo tá com sede, tá com fome, eu sou roceiro, nasci e cresci na roça, também sei o que é passar dificuldade, é importante tomar uma providencia, não tem carro pipa, o povo está passando necessidade, vamos lá na roça ver o sofrimento do nosso povo, ver o povo perdendo seus animais, tendo que vender a qualquer preço”, relatou o deputado Gika Lopes.

PLANO DE SEGURANÇA HÍDRICA
O governo do Estado apresentou as ações de enfrentamento da crise hídrica na Bahia e citou como uma das medidas emergências a publicação de um decreto contemplando mais de 100 municípios com o intuito de facilitar na captação de projetos e proporcionar agilidade na liberação de recursos; a construção de uma adutora que beneficiará mais 85 mil pessoas nos municípios de Queimadas e Santa Luz, na região do Sisal; perfurações de poços e ampliação dos sistemas simplificados e o destravamento das obras do Projeto Araci Norte em até 30 dias, entre ou outras ações que compõem o plano de segurança hídrica.

MILHO SUBSIDIADO
Outra pauta discutida foi à questão do milho subsidiado pela Conab para ração animal, o programa se encontra parado para essa modalidade, já que não existe uma normativa que garanta tal benefício, principalmente para os agricultores (as) familiares. Uma normativa interministerial direcionou o programa entre 2012 a 2014, com a Conab vendendo milho no valor de até 18 reais (60kg) para os produtores. Atualmente esse milho é vendido a valor de mercado, em torno de 45 reais (60kg), inviabilizando a compra principalmente dos pequenos produtores. Os parlamentares encaminharam através do representante do governo federal a proposta de criação da normativa que visa reativar a venda Balcão de milho subsidiado, garantindo ração animal a preço viável.