Em sua justificativa, a petista diz que a iniciativa se pauta na necessidade de assegurar práticas pedagógicas que colaborem na construção de uma imagem mais plural da sociedade, que estimule o respeito à diversidade e a valorização a cultura negra. “Episódios de discriminação racial são constantes no âmbito escolar. Desse modo, introduzir livros afrorreferenciados no cotidiano do alunado se mostra como uma importante ferramenta no processo de ensino e aprendizagem, estimulando a defesa de relações sociais mais igualitárias, promovendo contribuições de ordem cognitiva, emocional e social”, defendeu.
Endereçado ao governador Jerônimo Rodrigues, por meio da Secretaria de Educação, representada pela secretária estadual Adélia Pinheiro, o pleito da parlamentar é embasado ainda em dados que colocam a Bahia no 2º lugar no ranking nacional, com 76,3% autodeclarados pretos e pardos, enquanto a diversidade de escritores baianos autodeclarados pretos e pardos está pouco presente nas bibliotecas públicas e escolares. “Dados de pesquisadores da UNB apontam que 70% dos livros publicados no Brasil por grandes editoras foram escritos por homens. 90% destas obras por homens brancos e metade deles residem entre o Rio de Janeiro e São Paulo”, anotou.
Segundo a legisladora, a leitura e discussão dessas obras conduzem para reflexão sobre as histórias do continente africano e colaboram para reconhecer o legado cultural, promover a troca de saberes e a partilha de valores, crenças, manifestações, expressões culturais. “Além disso, o reconhecimento, a valorização e o acolhimento às diferenças, compreendendo que todos nós temos um modo de ser e viver no mundo, são elementos fundamentais para o desenvolvimento e valorização do outro, e de uma educação para as relações étnico-raciais no espaço escolar”, argumentou Neusa Cadore.
Diário Oficial da Alba