A atuação dos parlamentares da oposição na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid esteve em pauta no Minuto da Democracia desta semana. O programa recebeu o vice-líder da Oposição no Congresso Nacional, deputado federal Afonso Florence (PT/BA), que bateu um papo com o líder do PT na Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Osni Cardoso. Também participaram do encontro o deputado Bira Corôa e a deputada Fátima Nunes.
“Já não temos mais dúvidas de que as ações do presidente Bolsonaro no combate à pandemia caracterizam o maior crime de genocídio da história do Brasil. Perdemos tanta gente boa em nosso país. O povo brasileiro é um povo trabalhador, sonhador, e, infelizmente, o número de mortes aqui ainda vai aumentar porque as atitudes que deveriam ser tomadas lá atrás não foram feitas”, afirmou o deputado Osni Cardoso ao iniciar o programa.
Instalada para investigar a omissão do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia, e responsabilizá-lo pelas mais de 417 mil mortes no país em decorrência do coronavírus, a CPI da Covid, apesar de não ser órgão julgador, tem capacidade de reunir elementos e gerar ambiente para impeachment.
O deputado federal Afonso Florence destacou a declaração do ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten, nesta quarta-feira, 12 de maio, em depoimento à CPI, admitindo que o Governo Bolsonaro demorou dois meses para responder uma carta em que a farmacêutica Pfizer prometia fornecer doses de vacinas contra o coronavírus ao Brasil. O vice-líder da Oposição na Câmara dos Deputados observou que Wajngarten apresentou contradições durante o seu depoimento e, diante dos fatos, defende o pedido de prisão feito pelo relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros. “Está claro que Wajngarten mentiu e produziu provas contra Bolsonaro, que apostou em uma imunização de rebanho pensando que, com isso, obteria uma vitória política e ideológica, mas o que estamos vendo é um verdadeiro genocídio”, acrescentou Florence.
O petista criticou a postura negacionista do presidente da República de não coordenar ações de isolamento social entre estados e municípios para conter a disseminação do vírus. Afonso afirmou que a omissão e a falta de uma resposta rápida e harmoniosa por parte do Governo Federal fizeram com que autoridades estaduais, municipais e distritais produzissem seus próprios entendimentos e decretos para frear a pandemia a nível local. “Nos primeiros meses da pandemia houve um isolamento porque a população estava assustada e ficou a mercê do vírus, mas o Governo Federal não entrou para coordenar o isolamento e isso contribuiu, de forma decisiva, para a expansão do vírus na primeira onda. Todo mundo lembra que o presidente Bolsonaro tentou impedir governadores e prefeitos, sucessivas vezes, de fazerem o isolamento social”, disse.
Segundo Florence, outro comportamento que compromete a conduta do chefe do Executivo durante a pandemia é a ausência de uma Medida Provisória enviada ao Congresso criando o auxílio emergencial. O deputado lembrou que o benefício não é de autoria do presidente Jair Bolsonaro que, por sua vez, propôs o pagamento de apenas R$ 200, limitado a trabalhadores informais, durante somente três meses. “Apesar de fazer um discurso em defesa da economia e do emprego, Bolsonaro não mandou a MP criando o auxílio. O auxílio emergencial estabelecido em R$ 600 foi aprovado em cima de um projeto de lei de autoria de um deputado. A lei previa a prorrogação do benefício, porque primeiramente ele seria pago em três meses, e Bolsonaro prorrogou e baixou o valor para R$ 300, e aí começou o sofrimento do povo brasileiro. Em dezembro expirou o prazo da vigência da lei que criou o auxílio, e o presidente da República mais uma vez não enviou Medida Provisória”, contestou o parlamentar.
Afonso Florence explicou que uma das principais linhas de investigação da CPI da Covid é a de que o presidente Jair Bolsonaro teria intencionalmente adotado estratégia para tentar atingir a imunidade de rebanho, ou seja, quando a maioria da população possui anticorpos contra o vírus – sem vacinas -, através da contaminação do maior número possível de pessoas. “Alguém inventou que quando se tem 70% da população contaminada, chega uma hora que o vírus para de circular. O Governo Federal fez a campanha de que isolamento e distanciamento social não eram necessários, reduziram o valor do salário mínimo, a população foi para às ruas e aumentou a contaminação. E aí tivemos aquele momento fatídico onde a Pfizer ofereceu 70 milhões de doses e o governo levou 20 dias para responder e depois disse que não queria comprar vacinas. E agora Bolsonaro morre de medo da CPI da Covid porque estão sendo colocadas as provas do crime de responsabilidade que ele cometeu”, disparou o vice-líder oposicionista.
O Minuto da Democracia é um programa semanal da bancada petista na Assembleia Legislativa da Bahia, e acontece toda segunda-feira, às 18h, diretamente do perfil do PT na Alba no Facebook. Se você não conseguiu assistir ao programa desta semana, basta acessar o vídeo abaixo para assistir na íntegra.
Ascom PT na Alba