A deputada Lucinha do MST (PT) propôs, na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), a concessão da Comenda 2 de Julho, maior honraria do Legislativo baiano, à deputada federal Benedita da Silva. A parlamentar inicia a justificativa para a proposição recordando que Benedita da Silva é militante do Movimento Negro e de Mulheres, autora do projeto que inscreveu Zumbi dos Palmares como herói nacional, o que serviu de inspiração para instituir o dia 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra, e é autora de projetos que propõem a inclusão de pessoas negras nas produções das emissoras de televisão, filmes e peças publicitárias.
A legisladora baiana conta ainda que Benedita da Silva foi autora da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, que ajuda profissionais da cultura impedidos de trabalhar pela pandemia. A deputada federal também criou, segundo relembra Lucinha do MST, delegacias especiais para apurar crimes raciais, cota mínima em instituições de ensino superior, obrigatoriedade do quesito etnia em documentos oficiais e assinou a lei contra o assédio e a favor dos direitos trabalhistas extensivos às empregadas domésticas.
“A deputada federal (PT-RJ) Benedita da Silva possui uma trajetória que reflete as lutas de todos aqueles que são excluídos e lutam por uma sociedade socialmente mais justa e democrática”, declarou Lucinha do MST, acrescentando que se trata de uma liderança negra importante na Câmara dos Deputados que “tem, em sua trajetória, grandes avanços de pautas progressistas junto as pautas das mulheres e movimentos negros no Brasil”.
A legisladora petista lembra ainda que, em 1982, Benedita da Silva iniciou sua carreira política ao se eleger vereadora do Rio de Janeiro, na qualidade de ativista comprometida com as lutas dos movimentos sociais. Em 1986, foi eleita deputada federal constituinte e se reelegeu para o mesmo cargo em 1990. Participou ativamente da elaboração da nova Constituição em 1988. Já em 1994, recebeu uma expressiva votação de 2.248.861 votos e foi eleita para o Senado Federal. Com a renúncia de Anthony Garotinho para concorrer à Presidência da República em abril de 2002, Benedita assumiu o Governo do Estado do Rio de Janeiro por nove meses, tornando-se a primeira governadora negra do Brasil.
A homenageada também foi ministra, em 2003, da Assistência e Promoção Social, no governo Lula. Em 2007, foi nomeada secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos no Rio de Janeiro. No período de 2010, foi eleita novamente deputada federal pelo Rio de Janeiro com 71.036 votos e foi reeleita para mais dois mandatos, em 2014 e 2018. Em 2017, foi homenageada na exposição Lembre-se da Escravidão, na ONU, por sua incansável luta contra o racismo.
Lucinha do MST conclui o documento legislativo dizendo que espera ser deferida a convocação da sessão especial para a segunda quinzena do mês de outubro, de forma presencial e virtual, no plenário da Casa legislativa.