Galo quer incluir quadrilhas juninas no Sistema Estadual de Cultura da Bahia

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O deputado Marcelino Galo Lula (PT) quer a inclusão das quadrilhas juninas no Sistema Estadual de Cultura. Para que isso se torne realidade, o parlamentar apresentou junto à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) um projeto de lei que altera o Artigo 3º da Lei nº 12.365/2011, que instituiu o sistema. Segundo Galo, atualmente a quadrilha é o ponto alto das festas juninas brasileiras, e a sua inclusão como parte de uma política cultural do Estado, é o reconhecimento da importância desta tradicional manifestação cultural do povo baiano.

“A partir do início do século XX, as quadrilhas se espalharam por várias regiões do Brasil, sendo até hoje muito populares tanto nas cidades do interior quanto nas grandes capitais. Porém, em cada região ela assumiu aspectos específicos da cultura popular típica da cidade ou estado. A beleza desta dança está justamente nestes aspectos populares e culturais múltiplos e diversos, que enchem a dança de cores, músicas e ricos elementos culturais. Aqui na Bahia então, elas são muito fortes”, afirmou.

A quadrilha é uma dança tradicional das festas que ocorrem no mês de junho em toda Região Nordeste e em especial na Bahia. Trata-se de apresentação artística cultural, uma espécie de dança coletiva, que conta com a participação de vários casais paramentados com roupas tradicionais. A dança é embalada ao som de músicas instrumentais típicas do nordeste brasileiro. A quadrilha junina é dirigida pela narração de uma pessoa (marcador), que faz brincadeiras e conduz os casais em cada momento.

De acordo com historiadores e pesquisadores da cultura popular, a quadrilha surgiu na França do século XVIII. Em Paris ocorriam danças coletivas, formadas geralmente por quatro casais, que tinham o nome de quadrille. Estas danças ocorriam em grandes salões palacianos e contavam com a participação exclusivamente de membros da aristocracia francesa.

A quadrilha chegou ao Brasil no final da década de 1820 e, assim como em seu país de origem, foi muito comum entre as classes sociais mais ricas da sociedade brasileira da época (principalmente entre os integrantes da corte brasileira residente no Rio de Janeiro).

Foi somente no final do século XIX que a quadrilha se popularizou e tornou-se comum entre as camadas populares da sociedade. Porém, ao tornar-se popular, agregou diversos elementos culturais populares, principalmente os relacionados às tradições e modo de vida no campo. Ganhou também, neste momento, um caráter mais divertido, com pitadas de momentos descontraídos e engraçados.

Diário Oficial da Alba