Audiência Pública na Alba: Fátima Nunes propõe encontro que debaterá os 21 anos da Marcha das Margaridas

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Na próxima terça-feira (24), a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), por indicação da deputada estadual Fátima Nunes (PT-BA), promoverá uma Audiência Pública (AP), através da Comissão dos Direitos da Mulher e da Comissão Especial da Promoção da Igualdade, onde debaterá os 21 anos da Marcha das Margaridas. O encontro será transmitido pela TV Alba, canal aberto 12.2 e NET 16, e pelo Facebook, a partir das 10h.

Para a proponente da AP, esse encontro será um momento de reflexão sobre todas as lutas das mulheres, daquelas que defenderam e defendem os direitos humanos, com igualdade. “Falar sobre a história de Margarida Alves é relembrar o quanto essa paraibana fez ao liderar o sindicato dos trabalhadores rurais, que, covardemente, foi assassinada aos 50 anos. Ela, assim como muitas outras mulheres que deixaram registro em nossa história, nos incentiva a cada dia mais lutarmos por nossos direitos. Vamos falar sobre os 15 anos da Lei Maria da Penha, sobre a luta por direitos das mulheres, contra todo tipo de discriminação, machismo e violência. Chega de desigualdade”, declara Fátima Nunes.

*Margarida Alves* – No dia 12 de agosto de 1983, Margarida Maria Alves, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, foi assassinada com um tiro de espingarda calibre 12 no rosto. A primeira mulher a liderar um sindicato de trabalhadores rurais no Brasil morreu aos 50 anos, na frente de casa, perto de seu marido e do filho de oito anos, que brincava na calçada.

As denúncias de abusos e desrespeito aos direitos dos trabalhadores nas usinas da região, feitas por Margarida Alves, desagradavam os fazendeiros, que encomendaram seu assassinato.

Apesar da repercussão dentro e fora do Brasil, o crime não resultou na prisão dos mandantes. Em 1995, 12 anos após o assassinato, o Ministério Público chegou a denunciar quatro fazendeiros como mandantes. Desses, apenas um foi julgado e inocentado em 2001.

Margarida tornou-se um símbolo da luta das mulheres camponesas. Desde o ano 2000, sempre em agosto, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o Movimento dos Sem Terra (MST) e outras entidades realizam em Brasília a Marcha das Margaridas, levando reivindicações e propostas das mulheres do campo.

Este texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual dedicado às lutas democráticas do povo brasileiro e que é uma parceria entre Instituto Lula e Fundação Perseu Abramo.

Ascom deputada estadual Fátima Nunes, com informações site Perseu Abramo