A deputada Neusa Cadore Lula (PT) apresentou uma moção de aplauso à Comissão Pastoral da Terra (CPT), pela celebração de quatro décadas e meia de atuação na Diocese de Juazeiro. “Nesta data simbólica, não podemos deixar de celebrar o avanço que representou a criação da comissão na vida de camponesas e camponeses, comunidades tradicionais, quilombolas e ribeirinhas do vale do São Francisco e a contribuição na luta pela água e convivência com o semiárido, na criação e condução de organizações e movimentos para o fortalecimento das lutas na defesa dos direitos, tendo, ainda, muitos desafios e problemas a serem superados.
“Por meio desta moção, saudamos através do bispo Diocesano Dom Beto Breis, todos os agentes que integram a Pastoral da Terra em Juazeiro, pelo compromisso e atuação na defesa da terra e dos territórios”, afirmou. Criada no Brasil na época da ditadura militar, a CPT foi essencial na localidade do Vale do São Francisco, por ser uma área em que os poderes políticos e econômicos estavam concentrados nas mãos de poucas famílias, com a presença de grandes latifúndios, o que desencadeou um grande número de posseiros e diversos conflitos pela posse de terras. O cenário de luta se tornou ainda mais intenso, na década de 70, com a instalação da Barragem de Sobradinho, que inundou os municípios de Pilão Arcado, Remanso, Casa Nova e Sento Sé e gerou a expulsão de 72 mil pessoas de suas terras.
No dia 12 de novembro, completam-se 45 anos de atuação da Comissão Pastoral da Terra na Diocese de Juazeiro, criada em 1976, pelo então bispo Dom José Rodrigues, para promover a defesa da terra e territórios, sendo presença solidária junto a luta das mulheres e homens do campo, das comunidades tradicionais de fundo de pasto, quilombolas e ribeirinhos da região. “Atualmente, a CPT segue construindo a resistência e assumindo o seu protagonismo fundamental na defesa da terra e territórios das populações que ainda vivem sob ameaça das grandes empresas, dos latifundiários, dos empreendimentos de energia, de mineração, de irrigação, além da defesa do Rio São Francisco”, destacou.
Segundo a deputada, a comissão se destaca também pelo apoio e atuação junto às populações afetadas pela instalação da barragem de Sobradinho, pelas grilagens de terra, pela estiagem das chuvas, por projetos de irrigação, colaborando com a criação de suas organizações para assumir a luta e a defesa dos territórios, da terra, da água, da cultura, da natureza e da vida.
Diário Oficial da Alba